A Unimed-Rio pediu à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a transferência de usuários de planos de saúde da cooperativa, todos moradores de cidades do interior do Rio de Janeiro, para a Unimed Federação Rio, que reúne as Unimeds fluminenses. A mudança atinge pessoas físicas, além de contratos empresariais e por adesão (com, por exemplo, integrantes de uma categoria profissional).
A Unimed-Rio não informou quantos usuários seriam transferidos nessa operação. Mas o número pode chegar a cerca de 150 mil dos 720 mil beneficiários da cooperativa carioca. Em nota, a empresa disse que não haverá “qualquer alteração adicional ou prejuízo” às pessoas envolvidas no processo. A transferência foi comunicada aos cooperados nesta terça-feira (23/5).
Essa é o primeiro movimento de transferência de carteira desde que a Unimed-Rio assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em 2016, com a ANS, o Ministério Público e a Defensoria Pública. A medida criou condições parecidas a uma recuperação judicial para que a operadora pudesse atravessar uma grave crise financeira, garantindo assistência aos beneficiários dos planos.
Com a transferência, a cooperativa carioca perde usuários, mas tenta reduzir sua taxa de sinistralidade. Ela é uma relação entre o valor arrecadado pela operadora com mensalidades e o custo com a assistência aos beneficiários. Hoje, esse indicador ultrapassa 100%. Ou seja, provoca em prejuízo. Entre janeiro a setembro de 2022, no último balanço divulgado, a Unimed-Rio registrou um resultado negativo de R$ 1,3 bilhão.
De acordo com a ANS, a Unimed-Rio tem 180 planos ativos e 105 suspensos por determinação por reclamações de consumidores.
23/5/2023
Melissa Areal Pires 